Three Floyds Dark Lord 2011

Versão 2011 da já famosa Dark Lord, cerveja oficilamente vendida pela cervejaria Three Floyds apenas durante o Dark Lord Day, geralmente realizado todo ano no mês de Abril. Como toda cerveja que passa a ser cercada de muita fama (assim como as belgas Westvleteren), surgem muitas lendas e mitos em volta da mesma, como por exemplo a venda dos tickets para o evento, onde aficcionados chegam a se estapear para conseguir os últimos ingressos, ou a venda das garrafas limitadas (2 por pessoa), o que as torna caríssimas e raras para posterior venda. Que alguém se estapeie para garantir ingresso para grande evento acontece em qualquer lugar, logo deixa de ser lenda. Já a venda por preços abusivos em sites de compras? Que cada um faça seu juízo de valor, pois o preço que é cobrado não ultrapassa algumas importadas que vêm para cá (dependendo da edição da DL), ou mesmo algumas cervejas nacionais muito incensadas. Marketing ou não, na opinião do blog, é uma belíssima Imperial Stout, que está entre as melhores, e que vale cada centavo. Que venha a 2012. Abaixo impressões de degustação.

Three Floyds Dark Lord Russian Imperial Stout

Estilo: Russian Imperial Stout

ABV 15%

Edição 2011

Cerveja da edição de 2011, com lacre de cera amarelo.

Cor negra,brilhante,sem translucidez.Textura oleosa ao servir (lembra óleo de motor). Espuma bege escuro de boa densidade.Média formação e baixa duração.Lembra café expresso, porém dura pouco, ficando uma fina camada até o final da degustação. No aroma notas de malte torrado, café, caramelo, chocolate, baunilha, frutas escuras em calda(ameixas,uva passa), melado, licor de cacau, amêndoas, leve defumado e álcool presente mas bem inserido.Aroma muito potente e intenso,com ótima complexidade. No paladar malte torrado,café,chocolate, frutas escuras, melado, baunilha, e licor de cacau. Final quente devido ao álcool, que é bem inserido. Baixo amargor. Bom corpo e baixa carbonatação, com toque licoroso na boca. Retrogosto adocicado, com presenças de chocolate, café e malte torrado. Continua maravilhosa, e pareceu mais equilibrada no dulçor do que a 2010.

De Dochter van de Korenaar Belle Fleur IPA

A De Dochter é uma pequena cervejaria familiar belga, localizada na pequena cidade de Baarle-Hertog, próxima da fronteira com a Holanda. O seu nome, De Dochter van de Korenaar, que significa em português algo como " A filha da espiga de milho, ou o próprio grão de milho talvez" tem uma origem arcaica que explica bem a paixão dos belgas pela cerveja: o imperador Carlos V teria dito certa vez que preferia beber da "filha da espiga de milho" do que do "sangue das uvas", numa clara preferência pessoal da cerveja ao vinho. Deduz-se daí que as cervejas já usavam milho em sua composição naquela época, e algumas cervejarias o utilizam até hoje. Degustamos a Belle Fleur IPA, uma cerveja com lupulagem bem marcante (e ao mesmo tempo suave), que passa pelo processo de dry hopping e agrega características bem conhecidas dos fermentos e especiarias utilizados nas Blond ales belgas. A cerveja é bem aromática e interessante, e faz um contraponto ás IPA´s inglesas e norte-americanas. Abaixo impressões de degustação.

De Dochter van de Korenaar Belle Fleur IPA

Estilo: Indian Pale Ale / Belgian IPA

ABV 6%

Cor âmbar/alaranjada, turva, com reflexos amarelados contra a luz. Espuma cor branca de boa densidade, com ótima formação e média duração. Aroma com notas de malte, pão, caramelo, lúpulo e fermento. A união dos aromas do lúpulo e do fermento gera notas (bem intensas) herbais, cítricas, florais e frutadas (pêssego, tutti-frutti). No paladar nota-se malte, caramelo, leve adocicado, herbal e cítrico. Amargor de médio para acentuado. Corpo médio e boa carbonatação. Retrogosto com sabor cítrico e de amargor persistente.

Founders Double Trouble

Cerveja que integra o portifólio de sazonais da Founders, e somente é vendida de Janeiro á Maio. Essa Double IPA apresenta algumas diferenças para outras do mesmo estilo, como cor bem mais clara e menos dulçor no paladar (não quer dizer que seja menos maltada), tornando o aroma do lúpulo um pouco mais pronunciado. Não quer dizer que com isso seja uma cerveja sem equilíbrio, ao contrário, o álcool é muito bem inserido, porém ela é bem mais seca no paladar (ao contrario da maioria que são bem licorosas), e com o aroma do caramelo não tão pronunciado (em lugar disso, o malte lembra um pouco aroma de milho), o que talvez a torne menos enjoativa do que algumas do mesmo estilo. A lupulagem de 86 IBU também aparece com força e complexidade, porém não como uma "bomba de lúpulo", fato que acontece com muitas cervejas de IBU elevado. Tomara que seja incluída na lista de Founders que está chegando ao Brasil, pois é uma bela cerveja. Abaixo impressões de degustação.

Founders Double Trouble

Estilo: Imperial/Double IPA

ABV 9.4%

IBU 86

Cor amarelo ouro, com leve turbidez, e reflexos amarelo claro contra a luz . Espuma de cor branca de boa densidade, com boa formação duração. Aroma com notas de malte, cereal (milho?), leve caramelo e lúpulo destacado (cítrico, herbal, floral, maracujá), com leve presença do álcool. No paladar notas de malte, caramelo e lúpulo (herbal, cítrico e floral). Amargor bem acentuado e álcool bem inserido. Toque seco e levemente picante na boca, com corpo médio e baixa carbonatação. Retrogosto cítrico e com bom amargor.

Samuel Adams Imperial Stout

Imperial Stout fabricada pela cervejaria norte-americana Samuel Adams, cuja sede fica em Boston. Essa Imperial Stout (vendida somente no inverno) integra o portifólio "Limited Release" da fábrica, que produz cervejas com maior teor alcoólico ou de estilos inusuais. Apesar de ostentar o "Imperial" no rótulo, a Samuel Adams Imperial Stout é mais suave do que muitas outras cervejas do mesmo estilo, talvez devido aos seus 42 IBU na lupulagem, onde é utilizado apenas o lúpulo East Kent Goldings, de origem britânica. O álcool também é muito bem inserido, e os maltes torrados e caramelizados estão na medida, dando bom equilíbrio e bom drinkabillity para a cerveja (que apesar de ser suave, não deixa de ser complexa). Ótima pedida para quem não gosta de uma Imperial Stout tão "extrema".

Samuel Adams Imperial Stout

Estilo: Imperial Stout

ABV 9.2%

IBU 42

Cor negra e brilhante, sem translucidez. Espuma cor bege, tendendo ao marrom. Espuma de boa densidade, com média formação e boa duração. Aroma com notas de malte torrado, caramelo, chocolate, café, baunilha e frutas escuras passa (ameixa,uva). Também nota-se o herbal do lúpulo, com algo lembrando avelãs, com leve presença do álcool. Paladar acompanha o aroma, com álcool bem inserido e médio amargor. Bom corpo e baixa carbonatação, com textura licorosa na boca. Retrogosto levemente adocicado.

Dogfish Head 90 Minute

Irmã "menor" da Dogfish Head 120 Minute, a 90 minute foi a primeira cerveja da Dogfish Head a passar pelo processo contínuo de lupulagem durante a fervura (nesse caso 90 minutos), além de posteriormente também passar pelo método dry-hopping. Pode-se pensar que uma cerveja assim seria uma "bomba de lúpulo", mas não, as generosas cargas de malte equilibram muito bem o lúpulo e não ficam demasiadamente adocicadas (como ocorre em outras Imperial IPA), e o alto teor alcoólico é muito bem inserido, fazendo com que uma cerveja dessa potência tenha um drinkabillity bem aceitável e um excelente conjunto. Para os que acham que a cerveja ainda não é tão lupulada assim, a Dogfish Head recomenda o uso do "Randall the Enamel Animal", engenhoca desenvolvida pela cervejaria, que se instala na saída da torneira e onde coloca-se mais lúpulo em duas câmaras internas, que tal??. Abaixo impressões de degustação.

Dogfish Head 90 Minute

Estilo: Double/Imperial IPA

ABV 9%

IBU 90

Cor âmbar/alaranjada, límpida e brilhante, com reflexos amarelados contra a luz. Espuma cor bege claro de média densidade, com boa formação e média duração. Aroma muito potente, com notas de malte (bem presente), caramelo, leve álcool e muito lúpulo (herbal, cítrico, frutado). Paladar com notas de malte, caramelo, álcool, adocicado e lúpulo (cítrico, herbal). Amargor bem presente, mas não agressivo. Textura licorosa na boca, com bom corpo e baixa carbonatação. Retrogosto com bom equilibrio entre malte e lúpulo. Belíssima Imperial IPA.

Way Double American Pale Ale

Versão "turbinada" da Way American Pale Ale, que já fazia parte do portifólio da cervejaria, e que freqüentemente é confundida com a Way 8S, cerveja colaborativa do mesmo estilo. A Way DAPA é uma cerveja "extrema", inspirada nas boas marcas norte-americanas, mas também prima pelo equílíbrio do seu conjunto, tanto no aroma como no paladar. Ao abrir a garrafa já se sente de longe o aroma destacado do lúpulo das variedades Cascade, Citra e Amarillo,  que juntos geram uma gama complexa e sensacional de aromas, sem falar do duplo processo de Dry Hopping pelo qual a cerveja passa. Outro ponto de destaque é o projeto gráfico da garrafa, que foi escolhida por votação dos consumidores nas redes sociais, e tem um design limpo e impactante ao mesmo tempo. Parabéns á Way Beer por disponibilizar mais essa bela opção no mercado nacional. Abaixo impressões de degustação.

Way Double American Pale Ale
Estilo: American Pale Ale
ABV 8.8%

Cor âmbar/cobre límpida, com reflexos laranja contra a luz. Espuma cor bege bem claro bastante compacta, de boa densidade, formação e duração. Aroma com notas de malte, pão, adocicado, caramelo e lúpulo (destacado, onde percebe-se notas herbais, cítricas, florais e de pinus). Álcool leve e bem inserido. Paladar com notas de malte, caramelo e lúpulo (herbal e cítrico). Amargor acentuado, com álcool mais pronunciado, porém dentro do conjunto. Textura licorosa e picante na boca, com leve rascante na garganta. Corpo e carbonatação médios. Final quente devido ao álcool, com retrogosto de amargor persistente.

Mikkeller Beer Geek Brunch Weasel (Bourbon Edition)

Versão da Mikkeller Beer Geek Brunch Weasel maturada em barris de madeira que antes continham bourbon. No rótulo consta 3 meses como período de maturação. Tanto a versão original quanto a maturada em barril foram produzidas em parceria com a cervejaria norueguesa Nøgne. Outro diferencial é o aumento do teor alcoólico em relação á versão original, que passou de 10.9% para 12.7% ABV. Comparativamente, a versão maturada perdeu um pouco para a original, pois a maturação em bourbon aparece sutilmente (tanto no aroma quanto no paladar), e o álcool está bem mais pronunciado, praticamente no limite do equilíbrio. É possível ainda perceber a bela imperial stout original por trás de tudo, fato que soma alguns pontos positivos para a cerveja. Para ver a avaliação da cerveja original clique aqui.

Mikkeller Beer Geek Brunch Weasel (Bourbon Edition)

Estilo: Imperial Stout

ABV 12.7%

Cor negra, sem translucidez, com textura oleosa ao servir no copo. Espuma cor bege escuro de média densidade, com baixa formação e média duração. Após algum tempo sobra uma fina camada de espuma, que dura até o final da degustação. Aroma com notas de malte torrado, café (destacado), caramelo, chocolate, frutas escuras secas (ameixa) e algo mentolado (lúpulo??). O amadeirado e o bourbon aparecem muito levemente, já o álcool é bem perceptível. No paladar nota-se malte torrado, herbal do lúpulo, café, caramelo, chocolate e leve amadeirado ao final. Álcool novamente destacado, com amargor acentuado. Bom corpo e baixa carbonatação, com toque macio e licoroso na boca. Final quente devido ao álcool, com amargor persistente no retrogosto, assim como o café.

Stillwater/Struise Jaded

Assim como Mikkell Borg (cervejeiro errante dinamarquês, que recentemente esteve no Brasil), o norte-americano Brian Stillwater também roda o mundo e trabalha em colaboração com diversas cervejarias, criando um sem fim de novas receitas e cervejas incríveis. A Jaded nasceu de uma parceria entre Brian (e sua Stillwater Artisanal Ales) e Urbain Cocteau (da belga De Struise), e foi feita nas dependências da De Struise em Oostvleteren, muito perto de onde é fabricada a mítica Westvleteren. Consta no rótulo que a Jaded é uma "Dark Belgian Wheat Ale" , embora se possa classificá-la também como uma Quadrupel ou uma Belgian Strong Dark Ale, estilos no qual ela poderia se encaixar sem maiores problemas. O resultado é uma cerveja aromática, vigorosa e magnífica, que consegue unir o toque clássico e refinado de uma das maiores cervejarias belgas com a ousadia e criatividade de um cervejeiro errante sem limites. Abaixo impressões de degustação.

Stillwater/Struise Jaded (Import Series Vol.3)

Estilo: Belgian Strong Dark Ale

ABV 10%

Cor marrom escuro, com leves reflexos avermelhados. Espuma cor bege de média densidade, com média formação e duração. Aroma com notas de malte tostado, caramelo, banana e frutas escuras passa (ameixa). Também é possivel notar um pouco de madeira e lúpulo, junto com o álcool e algo lembrando licor. No paladar nota-se malte tostado, caramelo, frutado e álcool. Bom corpo e baixa carbonatação, com textura oleosa e levemente picante na boca .Final quente devido ao teor alcoólico, com presença equilibrada entre o doce e o amargo.